Bois Fazem Sexo, Vaquinhas Fazem amor!

Fico aqui imaginando esse imenso país. Suas cidades, seus campos, suas matas , seus pastos, bois e vacas soltos por aí, vivendo, tentando alcançar essa tal de “felicidade”. Pena que à felicidade esteja tão longe das Vaquinhas.

Vaquinhas começam seu dia às 5 da manhã, tristonhas caminham pelo pasto, aguardando o momento em que serão amarradas e terão seus seios espremidos (como espremem), horas a fio, sem descanso, em pé imóveis, esperando o fim do suplício. No final do dia as vaquinhas cansadas vão para suas casas, é uma tolice, pois ao chegar nem tempo para uma pausa elas tem, são “comidas” pelos bois sedentos de desejo. Os bois viram para o lado, ruminam e vão embora. A Vaquinha não queria muito, só uma palavra de amor. Uma ruminada ao pé do ouvido. Uma canção do Wando tocando ao fundo. Talvez um gesto por mais simples que fizesse brilhar aquele coração amargurado, um simples pedaço de capim colhido com carinho em um jardim qualquer. O Boi... é... O boi.... O dia todo pastando, sorridente, saciado. A noite chega, ele em seu selvagem instinto “come” a pobre vaquinha, sai satisfeito e vai pastar com os amigos.

A Vaquinha só queria ter seu momento, seu minuto Marisa. Ir para o BBB, sair na Revista. Pobre vaca, humilhada mais uma vez, sua imagem nua e escancarada por aí em milhares de super mercados, em caixas de leite, chocolates e afins. Imagens de uma vaca sorridente, tão diferente da dura realidade. A vaquinha não tem mais sonhos, ela queria ir para Minas visitar os parentes, mas ficou com medo de andar de avião. Ela já não acredita mais na política, nas loterias federais, já não torce por nenhum time, e tem vergonha do seu pasto ser menos verde que pastos chineses. Ela baixa a cabeça e sai caminhando, balançando seu sininho, ela sobe o morro mais alto, lá no alto uma lágrima sem esperança percorre seu rosto, ela lança seu corpo ao vento.

Mas se esquece que Vacas não voam!

Elas apenas sonham.